Vivemos irritados com alguns traços da nossa personalidade. Não queríamos ser vaidosos, tímidos, gananciosos e muitos outros traços da nossa natureza que gostaríamos de anular ou lentamente enfraquecê-los. Muitos tentam esta mudança durante semanas ou meses, mas passando algum tempo, todo o esforço foi em vão e as características voltam manifestar-se como sempre. Na verdade, não podemos anular o que a nossa componente genética e a nossa matriz cultural nos atribuiu. O que podemos é aceitá-la. E ao perdoar as nossas próprias fraquezas, ficaremos mais apaziguados espiritualmente. Esta transformação de aceitação será pedagógica, porque nos ajudará também aceitar o comportamento do outro. Compreender e aceitar aquele traço da sua personalidade que nos irrita - ou que pode mesmo a fazer com que o odiemos - vai fazer maravilhas, se não na relação com o outro, pelo menos no nosso próprio conforto espiritual. Conclusão: Aceita-te e vais aprender a aceitar o outro. Esta é a transformação possível da nossa personalidade, a aceitação.
18/01/2017
12/01/2017
"Sociedade do Cansaço"
Cada vez mais encontro mais pessoas cansadas ou esgotadas no meu dia a dia. Muitas delas, são mulheres que trabalham em média mais do que homens. Se queres perceber o que nos está acontecer a (quase) a todos, recomendo a leitura da "Sociedade do Cansaço" (2014) do filósofo Byung-Chul Han. Quem quiser aprofundar ainda mais este tema pode ler ainda a sua obra mais esclarecedora "Psicopolítica".
- Autor: Byung-Chul Han
Edição: Relógio d'Água
64 páginas
Custo: 12 euros
A tela de Penélope
Enquanto esperava o regresso do seu marido, Ulisses, a Ítaca, a bela Penélope foi assediada por muitos pretendentes que, argumentando que o seu marido havia morrido, esperavam desposá-la. Esta para conseguir fugir ao assédio, começou a tecer um tecido para a urna funerária do seu pai, dizendo aos pretendentes que apenas tomaria uma decisão no final daquela tarefa. No final de cada dia, Penelópe desmanchava a todo o trabalho do dia e recomeçava de novo na manhã seguinte. Assim o fez até à chegada de Ulisses à ilha de Ítaca.
09/01/2017
A Ilusão cósmica
Os espelhos trazem-nos
a ilusão da alvorada.
Os espelhos que estão agora
por todo o lado
apenas refletem a labareda
que diante deles alguém acendeu.
Sim, podes tocar o espelho
sem que os teus dedos ardam.
Ó como é fluorescente e quente
a ilusão das chamas
quando ela te projete do frio.
E reduzido a cinzas
há-de o vento levar-te
para outro lugar irrefletível.
Serás outra vez a poeira
que entra pela porta
das casas baixas sem darmos conta.
Serás outra vez o primeiro naco de pó
à espera de crescer
crescer até à altura do espelho.
a ilusão da alvorada.
Os espelhos que estão agora
por todo o lado
apenas refletem a labareda
que diante deles alguém acendeu.
Sim, podes tocar o espelho
sem que os teus dedos ardam.
Ó como é fluorescente e quente
a ilusão das chamas
quando ela te projete do frio.
E reduzido a cinzas
há-de o vento levar-te
para outro lugar irrefletível.
Serás outra vez a poeira
que entra pela porta
das casas baixas sem darmos conta.
Serás outra vez o primeiro naco de pó
à espera de crescer
crescer até à altura do espelho.
05/01/2017
Subscrever:
Mensagens (Atom)