23/08/2011

Portugal positivo



Todos os dias a encabeçar a primeira página do Diário de Notícias, pode encontrar-se uma singela frase onde se anuncia um facto. Isso mesmo, um facto positivo e cuja objectividade não deixa espaço para dúvidas. O seu teor pretende sempre realçar o que de positivo e bom se faz em Portugal. Por exemplo, hoje, anuncia-se que o Azeite Gallo é a marca de azeite mais vendida no Brasil.

Bem hajam os optimistas, tão escassos neste "rectângulo".

17/08/2011

Onde estarei eu agora em criança ?

"Onde estarei eu agora em criança ?", escreveu  Fernando Pessoa.

Metido nas quatro paredes do escritório, lembro-me dos tempos de escola e fico a desejar que jogassemos "à-bola" de 90 em 90 minutos como nos velhos e bons intervalos da escola.

10/08/2011

Ainda o Rinoceronte

Voltei aos Jardins da Gulbenkian como um criminoso volta ao local do crime. A besta continuava tranquila, pastando as horas vagas e quentes de Agosto.


08/08/2011

Rinoceronte de Dürer

Passear pelos Jardins da Fundação Gulbenkian é um momento de prazer seguro. "Pastando" na relva, quem eu vi lá ? O Rinoceronte do Dürer. Tirei um quarto de hora do almoço e fiz um esboço.



Albrecht Dürer é uma dos mais relevantes personalidades do Renascimento. Este alemão, filho de um ourives, foi desenhador, pintor, matemático e filósofo. Uma personalidade multifacetada como outras desta época (Da Vinci). Pintou o Rinoceronte, oferecido pelo Dom Manuel I ao Papa Leão X, que tanto furor fez na Europa Seiscentista. O extraordinário é que Dürer nunca viu o Rinoceronte e, ainda assim, efectuou este magnifico desenho - um colosso de imaginação, técnica e criatividade quando comparado com outras representações destes animais naquela época:


05/08/2011

Espaços vazios



Percorrendo o clássico livro  de desenho para iniciantes "Drawing on the rigth side of the brain", aprende-se o valor dos espaços vazios (Negative spaces - na tradução do citado livro) que envolvem as figuras que desejamos desenhar, ou melhor, realçar. Na verdade, ao desenhamos as margens dos espaços vazios, estamos a desenhar a figura envolvida neles. 


Também na música, os silêncios são determinantes e sobretudo marcam o ritmo. 


Na poesia, as quebras dos versos deixam-nos saborear o que acabámos de ler e permitem que as palavras ganhem fôlego para o próximo verso.

Talvez seja por isso, ou também por isso, que quem já viu o deserto diz que é uma paisagem e sensação inesquecíveis.

Como escreveu o dramaturgo irlandês Samuel Beckett: "Nothing is more real than nothing".

03/08/2011

1 haiku


A urbe range
Mas a cigarra canta
Abro a janela


Haiku é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco caracteres japoneses (totalizando sempre cinco sílabas), e sete caracteres na segunda linha (sete sílabas).