27/09/2009
16/09/2009
07/09/2009
"Big Fish" de Tim Burton
Azar do poeta que migra com as palavras. Deixa-se levar pelo conceito abstracto da migração das aves, essa anual viagem que nunca viu. Vive da ilusão que cultiva. E ela cresce como uma erva trepadeira que se enreda aos seus pés impedindo-o de se mover.
Quem vive dentro de si, vive?
A questão demora uma vida a responder. Uma geração ? Ou ficará mesmo nos anais da História da espécie como um dos seus hábitos antropológicos?
No momento concreto do apuramento do saldo, quando a matéria, o corpo ou a vida conta, quem acreditará no poeta ? Quem lhe seguirá os passos e os pensamentos ?
A importância do poeta ganha acuidade depois de ver o filme "Big Fish" de Tim Burton.
Remonta à época clássica, a profissão de poeta como contador de histórias. Por ironia, a civilização grega, a quem se atribui as primeiras tentativas sérias de desmascarar o mito, é também aquela que tece e promove, com forte motivação e apoio do Estado, o exercício do contador de histórias (Teatro/Poesia) . Será o mito uma tentativa de conceptualização da realidade? Pode a realidade expressar-se apenas em números como alegariam os Pitagóricos ou necessita a raça humana de uma abordagem poética válida e humana dessa realidade que nos envolve?
"Big fish" parece um filme simples, mas nem sempre simplicidade é sinónimo de banalidade.
Talvez a imaginação seja a mais pungente marca da Humanidade. Não a deixemos castrar com pensamentos únicos ou pragmatismos precipitados
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