19/06/2009

Desenhos do quotidiano


A era do digital fez crescer exponencialmente o numero de fotos que quase todos registamos. Banalizou a imagem. As imagens sentem-se pouco admiradas e acarinhadas. É preciso perder tempo com elas (imagens). Observá-las e desenhá-las devagar.

Nos tempos recentes, várias publicações e blogs sobre "desenhar o quotidiano" têm surgido num esforço de resistência histórica e sentimental.

Deixo-vos um blog importante para iniciarem a navegação nesta matéria: Diário Gráfico de Eduardo Salavisa, autor de Diários de Viagem

10/06/2009

Pelas serras da Amadora...

Hoje resolvi conhecer a Necróple de Carenque, situada no concelho da Amadora.




Depois de ter visitado o local, subi mais um pouco até encontrar um agrupamento de 3 moinhos em ruínas.




Um dos moinhos tinha junto dele um marco geodésico que assinala o ponto mais elevado de um local. Fui até esse local e fiquei admirado com a amplitude da vista. Poderia ver a Oeste o mar da palha (Seixal, Alcochete,...) e a Oeste, a Serra de Sintra. A Norte, dislumbra-se todo o Vale de Loures e a Sul, a ponte 25 de Abril e lá por trás a Serra da Arrábida.







Nunca pensei que na Amadora existisse um local assim. Aconselho o passeio, enquanto "Betão", que avança já atrevido, não destruir este desanuviante panorama.

Links interessantes: ARQUA - Ass.Arqueologia da Amadora

04/06/2009

Ala Arriba!


Ala Arriba: Filme português estreado em 1942 e realizado por Leitão de Barros foi a 2º docuficção (género documentário/ficção) da história do cinema. O filme passou esta semana na RTP Memória e dou-lhe 17 valores. Razões para este quase "Muito bom" ? - A vertente documentalista-ficcional, a fotografia, o argumento e o objecto filmatográfico único. O filme é interpretado por pescadores, que emprestam ao filme uma genuidade enorme. Não só no sotaque e maneiras, mas também no perfil psicológico das personagens. Não tenho dúvidas que aquele é o perfil padrão do célebre pescador-poveiro: Corajoso, pragmático, tradicionalista e lutador.

As cenas da procissão e chegada das embarcações (ala arriba) à praia são pungentes e belíssimas.

Curioso o facto do filme ter patrociono do Secretariado da Propaganda Nacional durante o Estado-Novo, e, ao mesmo tempo, documentar a precaridade ( e ao mesmo tempo a heroicidade) da profissão de pescador, onde se morria a 10 metros da praia.

A única medida de prevenção - para além dos barcos entrarem um a um na barra, de modo a que existisse sempre uma tripulação de vigia enquanto outra entrava na barra - era rezar, rezar e rezar. Em termos políticos, um caso de irresponsabilidade social e imobilismo.

Bem hajam as comunidades ribeirinhas da Póvoa e Vila do Conde, que bem merecem!

Ala arriba na Wikipédia